sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Como renaturalizar um rio ou riacho - 3ª Etapa

Nesta última reportagem da série veremos os cuidados que devemos ter na construção do projeto, como os riscos de inundação, os achados arqueológicos e a educação como parte integrante e fundamental do projeto.



Construção do Projeto

Muitos fatores influenciam na escolha do tipo de projeto, assim, tenha em mente que para cada projeto há um tipo especifico de intervenção que depende das condições do local. A seguir estão listados alguns fatores.

Uso do solo nas proximidades - A recuperação do rio pode fazer parte de um projeto maior que contempla a readequação ambiental, portanto, ter um olhar amplo da localidade para além dos limites das margens irá influenciar no projeto. O acesso à água, rotas de transporte, corredores de vida selvagem e sistemas de drenagem sustentável devem ser trabalhados em paralelo com o desenvolvimento do projeto.

Drenagem - Você deve considerar como o sistema de drenagem irá interagir com a sazonalidade do rio. Por exemplo, você pode optar por descarregar a água da chuva por meio de valas que ligam ao rio - isso ajuda a criar uma variedade de habitats. Um mau projeto de drenagem pode resultar em muitos problemas. Por exemplo, emissários mau dimensionados podem gerar erosão no local e interferir na qualidade dos habitats.

Gestão dos riscos de inundação - As características do sistema de manejo dos riscos de inundação que devem ser consideradas, incluem:
  • Cargas Terrestres (solo, água, edifícios, veículos, etc.);
  • O fluxo de corrente, ondas, lavagem de barcos e hélices e o risco de ancoradouros ilegais;
  • Antecipar o usos futuros do rio;
  • Duração das vazões e especialmente vazões de pico;
  • Levar em consideração a freqüência e a área de inundação;
  • As condições do solo e geologia;
  • A força e a durabilidade dos componentes individuais e os elementos incluídos no projeto;
  • A química da água e os fatores que afetam o crescimento de plantas como a área molhada;
  • O tempo de vida do projeto;
  • Monitoramento e manutenção;

Você precisa estabelecer suas propostas de forma clara, tanto em termos de o que você se propõe a construir e como.

Espaço verde existente - Você deve sempre incentivar e promover a colonização de espécies naturais apropriadas ao local. As várzeas tem importância fundamental pois filtram e armazenam água, capturam carbono, fornecem alimento e energia, apoiando uma riqueza de vida selvagem de forma única. Trabalhando com processos naturais você irá melhorar as condições locais valorizando a flora e a fauna.

Contudo, o plantio pode ser necessário quando:
  • os processos naturais por si só não forem suficientes para garantir a estabilidade do sistema, como por exemplo pela falta de um banco de sementes natural;
  • a vegetação é necessária para a segurança do talude.

O tempo de plantio e pré-estabelecimento de espécies da linhagem genética correta é uma questão importante (procurar ajuda de um ecólogo para garantir que as plantas são de espécie adequada e, sempre que possível, de origem local). As plantas também precisam ser selecionadas no tamanho correto, plantadas no nível correto, e em agrupamentos adequados para aumentar as chances de dar certo. Espécies invasoras é um risco que merece atenção para definir medidas de proteção.

Arqueologia e patrimônio - É importante verificar se o projeto está susceptível a afetar algum achado arqueológico. Áreas de várzea podem conter registros dos nossos antepassados bem preservados.

Educação, estética e arte - Em qualquer projeto você deve aproveitar para fazer referência as questões ambientais, históricas e sociais do local. Estender o projeto para a beira da água pode gerar paisagens impressionantes. Não podemos esquecer das mudanças periódicas no nível do rio. Deve haver uma sinalização atraente, artística e robusta que chame a atenção das pessoas que explique bem ao observador para que não seja mal interpretado ou até criticado.

Sustentabilidade dos materiais - Sempre que possível utilize materiais reciclados no projeto, estando atento para a qualidade. Materiais rugosos proporcionam uma colonização mais estável das algas e plantas que vivem no local.

Gestão e comunicação durante o projeto - Este é um elemento crucial para o sucesso de todos os projetos de restauração de rios. Se o entendimento entre as diferentes partes do projeto não for gerido de forma eficiente pode haver atraso no projeto e incapacidade de obter financiamento.

Fonte: Step III - Project Construction (ECRR)

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Como renaturalizar um rio ou riacho - 2ª Etapa

Dando sequência as postagens de "Como renaturalizar um rio ou riacho" partimos agora para a etapa 2 que é a Concepção do Projeto. Amanhã, concluiremos com a Construção do Projeto.



Concepção - Nessa etapa, o planejamento vai ajudar a definir quais medidas de restauração são adequadas para cada trecho do rio. Por exemplo, diferentes tipos são adotados dependendo da energia do rio,  baixa energia em áreas urbanas ou alta energia como corredeiras.

A falta de experiência muitas vezes se deve  à natureza experimental de técnicas de restauração, dedicar mais tempo na fase de projeto reduzirá a incerteza na implementação de esquemas, especialmente com novos conceitos.

Visitas de campo são essenciais para revelar questões que podem não ter sido identificados a partir de uma avaliação baseada em mapas. É comum encontrar um equipe inexperiente com supervisão limitada ou engenheiros de projeto com insuficiente experiência prática.

Como o projeto vai ser gerenciado? Um gerente de projetos deve ser empregado primeiramente. Isso dará uma boa comunicação entre a equipe de desenvolvimento e a equipe de construção. O gerenciamento é fundamental para o sucesso do projeto.

Quem é responsável por eventuais atrasos? Em um projeto de recuperação de rio, atrasos serão inevitáveis devido a incerteza ambiental. Logo, isto não pode ser esquecido e acordos apropriados devem ser descritos no documento de contratação.

Que recursos financeiros estarão disponíveis para despesas eventuais? Haverá sempre pequenos problemas para resolver em qualquer projeto. Onde há novas técnicas sendo aplicadas é mais provável ocorrer, portanto, é razoável para o cliente manter algum dinheiro após a conclusão do projeto. Este pode ser até 5% do custo total, mas dependerá do tamanho e da complexidade do projeto.

Os papéis da equipe de design e o supervisor local já foram concordados? Leve em conta o valor do contrato de projeto e construção e assegure que o contratante tem a oportunidade de se envolver no projeto o mais cedo possível.

Uma explicação do método vai ser elaborada pelo contratante? Isto é essencial para que o método seja cumprido de forma segura.

Há algum trabalho a ser sub-contratado? Todos os feriados foram levados em consideração? Certifique-se que pessoal para cobrir faltas e férias foi acordado com o contratante e se isso é de conhecimento da equipe do projeto.

Como o empreiteiro será pago (por estágio ou conclusão)? Isso pode ajudar a decidir como gerenciar as finanças.

Definição dos objetivos do projeto - Uma avaliação inicial de hidrologia, sedimentos e qualidade da água pode indicar que a implementação de técnicas físicas de restauração não irá, por si só, proporcionar ganho ecológico. Em tais casos, pode ser preferível corrigir estes aspectos em primeiro lugar.

Quando estes fatores não são limitantes, é essencial reconhecer a interação entre os processos ecológicos e hidro-morfológicos. Um projeto de restauração é muitas vezes considerado tanto em termos de restauração de formas naturais e processos como em melhoria da biodiversidade. Normalmente, restauração de rios começa com a premissa de que uma mudança do processo natural é necessário para alcançar a função de um habitat específico. Em alguns casos, a restauração da diversidade morfológica e dinamismo é o foco, em outras ocasiões, é especificamente para tratar de um habitat perdido; em tais casos, pode ser necessário para restaurar uma característica física particular.


A figura a seguir demonstra como os objetivos podem começar a ser definidos ligando os elementos ecológicos e hidro-morfológicos juntos. Este processo foi concebido para ajudar o gerente de projeto pensar sobre os aspectos-chave do projeto de restauração do rio e para  reconhecer a complexidade inerente.



Questões a considerar:
  • O objetivo principal do projeto é melhorar os processos físicos do rio ou aumentar a diversidade biológica no seu curso?
  • Se o objetivo é aumentar as formas e processos fluviais, qual será o benefício para a ecologia?
  • Se o seu foco é aumentar a diversidade ecológica para a fauna e flora, que ciclos de vida você pretende restaurar e que características físicas você pretende desenvolver para dar suporte?
  • Seus objetivos são claros (específicos), quantificáveis, atingíveis, realistas e cabem em um prazo especificado?

Determinar objetivos de monitoramento inteligentes - Este elemento do projeto, muitas vezes é negligenciado, garante que haja um foco claro sobre os produtos - ou seja, o que você quer alcançar com o seu projeto? Os recursos para o monitoramento devem ser declarados como parte do orçamento no início do projeto para garantir que este elemento importante não seja esquecido. Orientação sobre como definir objetivos de monitoramento inteligente está disponível em uma série de documentos de orientação prática.

Um exemplo prático River Restoration Appraisal Guidance for Monitoring Options (PRAGMO), tem como objetivo ajudar todos os profissionais no processo de definição de protocolos de monitoramento como parte de um projeto de recuperação do rio. PRAGMO inclui estratégias de monitoramento destinados a apoiar a equipe técnica que trabalha para as autoridades competentes, consultorias e instituições acadêmicas, bem como organizações com recursos limitados, que podem precisar de demonstrar o sucesso para curadores e financiadores.

Fonte: Step II – Design, objective and pre-monitoring (ECRR)

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Como renaturalizar um rio ou riacho - 1ª Etapa

De hoje até sexta-feira iremos apresentar uma série de postagens sobre como realizar a renaturalização de um rio ou riacho. As informações serão fundamentadas a partir de um programa europeu proposto pela ECRR (do inglês, Centro Europeu para a Restauração de Rios).

Nessa primeira de três etapas veremos o planejamento que define atores, estuda o local e reduz os riscos. Na segunda etapa trataremos da concepção do projeto. Finalmente, na terceira etapa, abordaremos a construção do projeto.



1ª Etapa - Planejamento

Identificar todas as partes interessadas - Determinar os objetivos do projeto, que incluem as ambições e expectativas do stakeholders, geralmente leva tempo para se desenvolver. Nesse processo é importante a participação dos comitês de bacia (já que reúnem diferentes interesses da população)  assim como  a adoção de um Plano Diretor.

Ouvir todos os pontos de vista é essencial para garantir as necessidades de cada um. Uma organização privada pode querer demonstrar responsabilidade ambiental enquanto a população busca por prestação de serviços que beneficiem a comunidade local.

Definir objetivos - Incorporar objetivos diferentes que disponham uma gama de benefícios à comunidade é um desafio, mas deve ser bem elaborado pois garante um maior apoio da público. Podem ser:
  • Recreação: áreas para caminhada, ciclismo, famílias e outros grupos. Ex.: Isar River em Munique;
  • Espaço Verde: as pessoas podem se aproximar da natureza com acessibilidade e segurança. Ex.: River Marden em Calne serve para eventos locais;
  • Biodiversidade: promove a melhoria das condições ambientais através da filtração da água por plantas, do seqüestro de carbono, da disponibilidade de alimento, e de áreas para reprodução das mais variadas espécies. Ex.: Ciorbaciu Wetland Project.
  • Herança cultural e ambiental: importância cultural e ambiental através da manutenção da paisagem de épocas passadas. Encontrar mapas antigos ajuda como guia para a restauração. Ex.: River Vidá.
  • Educação: um ambiente preservado é fonte de boas ferramentas para o aprendizado. Ex.: Cheonggyecheon stream project em Seoul na educação de mais de 25 milhões de pessoas transmitindo a importância dos corredores azul e verde.
  • Manejo natural dos riscos de enchente: o manejo natural pode oferecer mais que os métodos tradicionais. Realizar uma pesquisa de viabilidade para determinar riscos específicos é importante para ajudar você a decidir qual abordagem a adotar. Ex.: River Great Ouse, com ampliação da calha.
  • Custos de manutenção: projeto de drenagem ruim, tais como emissários mal concebidos, além do alto custo podem levar à erosão localizada, um aumento no risco de inundação ou degradação do habitat. Ex.: Ritobäcken Brook na Finlândia é um bom exemplo de drenagem com abordagem sustentável de baixo custo.

Ter uma equipe experiente e multidisciplinar - Dependendo do alcance e da natureza do seu projeto, você vai precisar de reunir as habilidades, aconselhamento e apoio de uma série de especialistas. É importante trabalhar com esses especialistas, no início de um projeto para que suas plenas possibilidades possa ser alcançada.
  • Arqueólogo/ Profissional Patrimonial: ações de conhecimento do patrimônio e da cultura local para ajudar no planejamento do projeto;
  • Biólogo/Ecólogo: verifica as técnicas de restauração para beneficiar habitats e espécies locais;
  • Representante popular: um contato de confiança para fazer a interface entre o público e a tomada de decisão;
  • Construtora: garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo e com o orçamento esperado. Também orienta as características operacionais do projeto e materiais disponíveis;
  • Geomorfologista: oferece consultoria sobre o canal do rio e planície de inundação sobre os processos de morfologia e sedimentos do rio.
  • Hidrólogo: conhecimento especializado sobre a vazão dos rios, inundações , secas e sistemas de águas subterrâneas e como estes de inter-relacionam;
  • Arquiteto paisagista: orienta sobre o projeto de design, paisagem e plantio;
  • Gerente de projeto: tem a responsabilidade global para o gerenciamento de projetos, o dia-a-dia, controlar orçamentos e se comunicar com especialistas e público;
  • Supervisor: garantir que todos atendam às suas responsabilidades de segurança e saúde dentro e fora do local.

Reduzir o risco e a incerteza - Há uma série de ações que podem ser tomadas no início do processo de planejamento do projeto que pode reduzir o risco e a incerteza. Se estes passos não forem bem definidos a incerteza devido ao conhecimento limitado pode aumentar.
  • A equipe: deve ter experiência, compromisso e ter a miscelânea correta de especialistas;
  • Empreiteiro: deve haver uma pré-visita ao local e definir que máquinas serão usadas, como e quando. Deixar claro em contrato os métodos e acordos. Bons acordos de supervisão e contrato podem impedir, por exemplo, cercas próximas com boa qualidade habitat serem removidas ou rios sinuosos sendo escavado, mas com lados trapezoidais;
  • Todos envolvidos com a fase de construção: comunicação entre as partes envolvidas é a chave para um bom relacionamento e o sucesso na operação. Fornecedores, geralmente, não sabem detalhes específicos requeridos no projeto sendo necessário uma descrição minuciosa dos materiais como tipo e tamanho da vegetação, grama ou pedra. Os fundos para financiamento devem ser seguros e a experiência dos profissionais devem ser seguras.
  • Gerente de projeto em conjunto com o grupo: assegurar que as despesas eventuais sejam inclusas, garantir os interesses dos stakeholders e obter todas as aprovações. A formação de um grupo focal local de trabalho em estreita colaboração com a equipe pode ajudar a superar as preocupações das partes interessadas e facilitar o caminho para a obtenção de aprovações. A falta de recursos financeiros imprevistos pode resultar em subseqüente má gestão ou projeto de conclusão.
  • Variáveis de campo: más condições no tempo ou no rio, vandalismo, problemas com o tipo de solo ou época de reprodução da fauna devem ser previstos para contornar as dificuldades ou mitigá-las. Ter dados históricos do local podem ajudar na previsão.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

PDDrU: Audiência Pública CANCELADA

A audiência pública que estava marcada para hoje (20) foi remarcada para o dia 02 de setembro, devido aos últimos acontecimentos na capital que inviabilizou a preparação da reunião.




Polêmica na construção de canal em Enseada

Uma polêmica de R$ 4 milhões e 600 metros de extensão tem agitado a Praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. A galeria de drenagem de água pluvial que a prefeitura está construindo e que termina no principal point de surfe do município - o Pico Quebra-Prancha, ou PQP -, está sendo contestada por moradores e surfistas da área. Eles alegam que a obra, batizada de Canal do Boto, levará esgoto ao que eles consideram um dos poucos ecossistemas ainda equilibrados do litoral metropolitano.




Iniciada em dezembro de 2013, com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, a obra foi embargada pelo Governo do Estado em fevereiro deste ano e retomada há duas semanas. A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) solicitou à Prefeitura do Cabo esclarecimentos sobre estudos de impacto ambiental e possíveis danos ao meio ambiente. "Essa intervenção começou sem qualquer discussão com a comunidade e sem as licenças necessárias. É no mínimo estranho que a prefeitura proceda desta forma", afirma a professora Geovana Eulália, gestora ambiental e moradora de Enseada dos Corais.

Segundo ela, o local onde desemboca a galeria é trecho de desova de tartarugas-marinhas. "Sem contar que não há tradição de ataques de tubarão a surfistas, o que comprova o equilíbrio ecológico que ainda existe por aqui", argumenta. O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) já registrou duas mortes relativas aos animais em Enseada dos Corais: em junho de 2013, o corpo José Rogério Tavares da Silva, 41, foi encontrado na Praia do Paiva três dias após ele ter desaparecido no Pico Quebra-Prancha; e, em agosto de 2012, Tiago José de Oliveira Silva, 18, foi achado morto no local. Ambos tinham sinais de mordidas de tubarão.



Geovana alega que a obra da galeria não tem tapumes e que representa perigo para moradores e turistas. "Não há sinalização nem proteção. Qualquer criança pode subir nas montanhas de brita do canteiro e, num acidente, cair bem em cima das ferragens do canal".

Para o engenheiro Frederico Ribeiro, morador de Enseada, o canal também vai afugentar turistas e frequentadores da praia. "Além de tudo, é uma obra agressiva, que destruiu uma rua natural", critica. Frederico alega que o riacho que corta Enseada poderia facilmente ser usado para o escoamento das águas pluviais sem a necessidade de uma intervenção drástica. "O pior é que sem a higienização natural do sol esse lugar vai virar um criadouro natural de ratos e baratas", completa.

PREFEITURA
O secretário de Infraestrutura da Prefeitura do Cabo, Oswaldo Vieira de Mello, garante que não existe a possibilidade de danos ao meio ambiente com a construção da galeria. "É um túnel de concreto armado feito para escoar a água da chuva que inunda boa parte das casas que fica atrás da pista principal entre as Praias do Paiva e de Gaibu. Só vai levar esgoto ao mar se os próprios moradores furarem o concreto e depositarem lá os dejetos, o que é muito difícil de acontecer".

O secretário explica que o embargo da obra, em fevereiro deste ano, obedeceu a um processo rotineiro da CPRH. "Prestamos todos os esclarecimentos, tivemos várias reuniões com a Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público e todos acharam por bem retomarmos os serviços", revela. Um dos motivos para a liberação das obras, de acordo com Oswaldo, é a redução de custos obtida com o projeto desenvolvido pela prefeitura. "O Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que, da forma como idealizamos a galeria, haveria uma economia de 33% no valor total da obra", finaliza o secretário.
Este local é ponto de desova de tartarugas- marinhas. O canal vai trazer esgoto a um dos lugares mais conservados do litoral do Estado", argumenta o psicólogo Renê Costa.

Fonte: Jornal do Commercio, Cidades.

"A redução do comprimento do curso do rio e a uniformização da seção de vazão (canalização) aumentam a velocidade da corrente e consequentemente a erosão e o assoreamento à jusante, exigindo obras de vulto para manter o leito do rio retificado. Em épocas de enchentes extremas, são frequentes os prejuízos materiais e, às vezes, humanos. A ruptura da interação natural entre rio e baixada ocasiona o empobrecimento dos ecossistemas com perda da diversidade biótica." Fonte: Rios e Córregos, SEMADS


terça-feira, 19 de agosto de 2014

A Renaturalização pelo Mundo: River Brent, Londres - Reino Unido

Cada vez mais se espalha pelo mundo a ideia de renaturalização de rios e riachos urbanos. Na Inglaterra, um rio, que se comparado aos rios urbanos do Brasil já estaria à frente no que se diz respeito a preservação ambiental, foi além ao ter seus meandros recuperados e permitir o acesso público para atividades de lazer.

O Rio Brent fica no nordeste de Londres e teve o trecho do Tokyngtton Park renaturalizado.

Imagem Google (1999)

Antes(1999)

Durante(2003)

Imagem Google(2006)

Depois (2008)

Imagem Google (2013)

Fonte: ECRR - European Centre for River Restoration


sexta-feira, 15 de agosto de 2014

PDDrU: O que é um Plano Diretor de Drenagem Urbana

O Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU) é o conjunto de diretrizes que determinam a gestão do sistema de drenagem, minimizando o impacto ambiental devido ao escoamento das águas pluviais. Na elaboração do PDDU deve ser mantida a sua coerência com as outras normas urbanísticas do município, com os instrumentos da Política Urbana e da Política Nacional de Recursos Hídricos.




Plano Diretor de Drenagem Urbana é uma medida preventiva de controle de enchentes que auxilia no planejamento do desenvolvimento da cidade.

No Plano Diretor de Drenagem é dado ênfase no controle através de medidas não-estruturais como o zoneamento de áreas de inundação. Nesse zoneamento são especificados os critérios de ocupação do leito maior do rio.

Um Plano Diretor de Drenagem Urbana deve buscar:
  • planejar a distribuição da água no tempo e no espaço, com base na tendência de ocupação urbana compatibilizando esse desenvolvimento e infra-estrutura para evitar prejuízos econômicos e ambientais;
  • controlar a ocupação de áreas de risco e;
  • convivência com as enchentes nas áreas de baixo risco.



O Plano Diretor deve conter o Manual de Drenagem Urbana que tem como objetivo orientar os projetistas sobre as restrições e métodos aceitos no dimensionamento da drenagem na cidade.

No dia 20 de agosto será realizada uma Audiência Pública para discutir o Plano Diretor de Drenagem Urbana do Recife no Auditório Dom Hélder Câmara, no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, situado na Rua Real da Torre nº 299, Madalena, das 14:00 às 17:00 horas.


Fonte: PARKINSON, J. MILOGRANA, J.; CAMPOS, L.C.; CAMPOS, R. “Relatório do Workshop em GoiâniaGO dia 7 de Maio 2003”); TUCCI, C.E.M. “Plano Diretor de Drenagem Urbana: Princípios e Concepção”. RBRH. 1997.

PDDrU: O que é uma audiência pública?

A Audiência Pública é um instrumento de participação popular, garantido pela Constituição Federal de 1988 e regulado por Leis Federais, constituições estaduais e leis orgânicas municipais.  








É um espaço onde os poderes Executivo e Legislativo ou o Ministério Público podem expor um tema e debater com a população sobre a formulação de uma política pública, a elaboração de um projeto de Lei ou a realização de empreendimentos que podem gerar impactos à cidade, à vida das pessoas e ao meio ambiente. São discutidos também, em alguns casos, os resultados de uma política pública, de leis, de empreendimentos ou serviços já implementados ou em vigor.




Geralmente, a Audiência é uma reunião com duração de um período (manhã, tarde ou noite), coordenada pelo órgão competente ou em conjunto com entidades da sociedade civil que a demandaram. Nela, apresenta-se um tema e a palavra então é dada aos cidadãos presentes para que se manifestem. 

Todos os que quiserem podem e devem participar das Audiências. Entretanto, é fundamental que o órgão que a convoca priorize a presença das pessoas afetadas diretamente pela política pública ou projeto de lei a ser discutido. A divulgação prévia, a localização adequada e a garantia do direito à informação compreensível e ao direito de voz são pressupostos para a garantia do direito de participação.

No dia 20 de agosto será realizada uma Audiência Pública para discutir o Plano Diretor de Drenagem Urbana no Auditório Dom Hélder Câmara, no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, situado na Rua Real da Torre nº 299, Madalena, Recife-PE das 14:00 às 17:00 horas.

 Fonte: Instituto Polis

domingo, 10 de agosto de 2014

Audiência Pública para Plano Diretor de Drenagem Urbana do Recife


A EMLURB (Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana), empresa vinculada a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos, anunciou a discursão das diretrizes do Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Recife através de Audiência Pública.



O debate será realizado no dia 20 de agosto no Auditório Dom Hélder Câmara, no Centro de Formação de Educadores Professor Paulo Freire, situado na Rua Real da Torre nº 299, Madalena, Recife-PE das 14:00 às 17:00 horas.

Quem desejar fazer alguma exposição e se manifestar sobre o tema pode se inscrever na própria EMLURB que fica na Av. Governador Carlos de Lima Cavalcanti, nº 09, Boa Vista, no período de 07 a 14 de agosto de 2014, das 08:00 às 12:00 horas, ou por telefone, através do número (81) 3355 5504.